Vede no que vós me tornastes, depois de tanto desprezo e dedicação:
Sou a poeira invisível nos seus ombros a lhe fazer peso ao andar;
Sou a pedra mágica que aparece somente para lhe fazer tropeçar.
Se não vos contentais nem alegrais com isto, saibas
Que fui o último coração humano a bater por estas terras.
Eu sou o último coração humano a bater por aqui
E no meu gesto de ajuda há um grito de socorro,
E no meu grito de socorro há um gesto de ajuda.
Se queres conhecer-me por inteiro – tão inteiro
Que terás de duvidar depois – ides ao açougue
Que lá serviram muitos de mim, seres humanos,
E olharás nos meus olhos vazios,
E verás o meu sofrimento,
E sentirá o sofrimento do mundo, –
A humanidade inteira em pensamentos e ladainhas convulsionantes –
Como eu tenho sentido e sido sujeita.
Então, terás medo (e muitos o têm)
E perguntarás baixinho
“No que me tornastes?”.
segunda-feira, 15 de março de 2010
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" Eu sou o último coração humano a bater por aqu
ResponderExcluirE no meu gesto de ajuda há um grito de socorro,
E no meu grito de socorro há um gesto de ajuda "
Só você mesmo, Gabi. É sério, essa parte tocou. Para ser bem honesta, o todo tocou, mas essa parte, sei lá, disse muito com poucas palavras. É sério, te admiro.
:*
Fer R.
P.S: Quanto ao nome que aparece ali em cima, ignore. :D