sábado, 27 de março de 2010

Autoflagelação

Chego em casa
e quero lavar-me dos dias.
A comunhão é feita de sangue.

Nas minhas veias sem sentido
pulsa o pecado;
No meu coração,
se encerra a alma.
A comunhão é feita de sangue.

Sou eu a campeã de causas perdidas,
A sonhadora com amores feitos de datas de validade.
Mas a comunhão é feita de sangue.

Nos teus passos não há alento ou serenidade,
No teu sorriso - gesto único de soberania -, nada senão escárnio:
A comunhão é feita de pó.

É a dor que eu quero compartilhar
Como forma de redenção.
E assim tem sido drenada de mim a vida.
A comunhão é feita de sangue.

E peço que me inclua nas suas orações,
Se é real esse poder de teu deus.
A comunhão é feita de pão.

Reze por seus pecados logo cedo,
Pois tua tendência é acumulá-los ao longo do dia.
A comunhão é feita de sangue.

Feche os olhos e veja!,
dos céus chove ácido.
A beleza não dura,
Mas a salvação eterna vem do sangue.

E é do sangue que virá o teu prazer ainda rebento...,
Abra os braços,
Que ali vem o teu salvador
Com sangue nas mãos também.

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