segunda-feira, 15 de março de 2010

Sorriso de Intervalo

Tinha daqueles sorrisos amenos que não dizem nada, nem mesmo alegria. Não à primeira vista. Não em uma foto. Mas, ainda assim, não era ela. A idade era verde, imatura. Na parede, a tinta descascada. Aborrecia-me não saber o que dizer.
Eu gostaria de ter o dom de não falar nada e não perder o tato, contudo, eu falava, como qualquer um e o que qualquer um falaria.
“É uma pena.”
Ecoei no vazio daquelas paredes. Uma manifestação solitária da chuva chegou ao meu olfato.
Olhei novamente para o sorriso, brincando comigo. Fechei os olhos. Nada mais daquilo era real.

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