sexta-feira, 14 de maio de 2010

Pouco coeso

pequenez ante a vida
e pé-ante-pé na jornada da auto-destruição.
sempre a vergonha de olhar no espelho
pelo medo do que os olhos encontrarão.

(a desistência da vida é feita de horas,
muitas horas)

tudo ver e nada doer
ou alegrar.
isso como se já fosse planejado,
ilusão!
os planos vem depois do fim dos sonhos.
paradoxo eis: os sonhos, que são bons, são sempre mal tratados.

as poesias que eu ganhei
somar-se-ão
aos dias que eu perdi.

a força hercúlea de um novo passo
contra a facilidade de despejar uma nova palavra no papel.

as Parcas sabem e dizem
"quanto mais perderás dos seus,
menos sentirá a falta deles, menos falará,
até não ser."

eu me alimento de esforços diários.

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