sexta-feira, 14 de maio de 2010

Tudo, todos.

Qualquer coisa me faz ter vontade e saudades de alma,
À medida que o rebanho humano agoniza em dor.

Qualquer coisa me arrasta de novo à superfície
Com falsos pretextos que enganam todos como eu.

Todos os outros são eu,
Todos os eus são outro.
Na pele, eu sinto o alheio.

Todo o meu sangue é empoirado,
Toda a poeira minha é ensangüentada
Sem maiores pesares.

Todo o meu corpo é frágil
E todo o meu ser mais perdeu que ganhou.
Forte como você vê,
A minha tosse move a estrutura enferrujada,
O meu pesar enfeitiça meus olhos
E ninguém precisa entender, meu bem.

Oh, deus!
Tu, que não existes!
Se existisses, teria de dizer-me logo o
Porquê do meu ser,
Que parece ter dívidas a acertar
Com um mundo inteiro que é
Absolutamente anterior a ele.

Tudo em mim
É a dor que eu quero compartilhar
Como forma de redenção...
É o niilismo que se desprede do meu corpo como perfume
E assim tem sido drenada de mim a vida!

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