quinta-feira, 1 de julho de 2010

Depressão em Retalhos

Era uma vez um dia numa cidade chata. Chata porque era russa. (E era fria. E tudo que é comunista é duplamente mais chato. Há filas pra tudo.)
Naquele dia, conheci uma nova modalidade de tristeza. Intermitente, intervalada, intercalada com sussurros sublimes de nada. Percebi que era ela a nossa última chance pro nosso surrealismo obsceno. Essa tristeza tinha sofrimentos análogos, condescendências amenas. Fornecia daquelas esperanças a que chamo "ermas": vinha uma por vez e se apossava dos terrenos inférteis do meu coração.
Não se surpreenda, mas arranje melhores companias: minha persona é fruto de longas horas de autocomiseração improdutiva e contraproducente, excessiva, inconcluída e inconclusiva.

3 comentários:

  1. chata porque era russa, era coreana do norte, era chinesa.
    blergh, que chato!
    imagina so, todos iguais, tudo igual..

    o ser humano foi feito para querer ser o melhor, e so da pra ganhar.. se alguem perder..
    se todo mundo ganha, ninguem ganha, todo mundo empata!

    beh-teoriaposcopa

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  2. 'E tudo que é comunista é duplamente mais chato.'

    Adorei. xD

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