terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Suor

Com todo o teu gasto de saliva,
derramei uma lágrima e
Fui lentamente caindo.

Fui lentamente suando (as lágrimas transfiguradas - água salgada é tudo a mesma coisa) ao caminhar às pressas na rua,
Fui lentamente tragada pra dentro dos teus olhos
e lentamente tragando contigo o cigarro, seguindo a rota própria da fumaça...

Fui lentamente tropeçando,
decrescendo,
enlouquecendo,
afundando
consternada.
Fui me perdendo, decaindo, agonizando,
vivendo uma confusão de amor infinito.

Consternada (essa é a palavra),
fui caindo. Decaindo. E lentamente.

(Cheguei em casa, ainda consternada,
e torci a camisa do suor adquirido. E eu, consternada,
vi o suor pingando.
Pingando.

Caindo.)

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