Celebrei um contrato de mãos apertadas
E sorriso estampado.
Era olho-no-olho,
Assinei sem ler.
(Mas era em fonte dez, Times New Roman,
Que o confesso declarava a verdade
Não vinda de outros lábios.)
Quando fui reler o contrato,
Então assinado,
Manipulei aquela gramática escorregadia
Prima facie amorfa e abstrata
Que se adequadava à hermenêutica que vinha por interesse.
Inaudita mea parte,
Gratia argumentandi a grosso modo,
Estendi as mãos
E perdi os anéis para não perder os dedos,
O orgulho para não perder o amor.
Havia assinado, ora essa!, o contrato mais infame da minha vida.
Um contrato vitalício se de boa-fé,
Bilateral, oneroso e aleatório por definição.
Devia ser paritário, mas as cláusulas já estavam postas!
Aderi esperando que a interpretação me seria favorável, afinal.
Dou-me conta apenas com o representante da Lei
No animus jocandi,
Dizendo: "beije-a! Beije a noiva."
Loucura, vossa Excelência!,
O contrato era matrimonial.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Se eu achei o mais genial já pode começar a me culpar! Talvez até possa pensar em me internar...
ResponderExcluirLegal, legal, legal.