domingo, 16 de janeiro de 2011

Quando você sabe que não vai durar.

Um belo dia - por algum motivo
é sempre dia claro nesses casos -
você abre a janela ou um pote

de pêssegos em calda, ou mesmo um livro
que nunca há de ser lido até o fim
e então a idéia irrompe, clara e nítida:

é necessário? Não. Será possível?
De modo algum. Ao menos dá prazer?
E será prazer essa exigência cega

a latejar na mente o tempo todo?
Então, por quê?
(E nesse exato instante você por fim entende, e refestala-se

a valer nessa poltrona, a mais cômoda
da casa, e pensa sem rancor:
perdi o dia, mas ganhei o mundo.

Mesmo que seja por trinta segundos.)

Um comentário:

  1. "SEM LOUCURA, NEM O AMOR"

    Pura provocação. Ligue não.

    Gostei muitíssimo desse seu poema ("perdi o dia, mas ganhei o mundo/Mesmo que seja por trinta segundos"). E por que não? Você escreve.

    Abraço

    Tonhão - Dê uma olhada aqui --> http://tonhaovonbraunn.blogspot.com/

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